quarta-feira, 30 de abril de 2014

A duvida

Alguém me sabe dizer porque razão nunca consigo ter sossego?
Porque é que tenho de andar de coração nas mãos?
A vida é tão simples.
Mas a minha vida é complicada, porquê?
Mesmo fazendo tudo direitinho, há sempre alguma coisa que vem torta...
Só desejo coisas simples, que normalmente todos podem desejar. Mas raramente os meus desejos se realizam! E quando se realizam é com sofrimento...
Talvez seja meu o problema que causa tanto desanimo, mas a verdade é que não sei consertar tamanho defeito. Nem tão pouco o sei identificar...

Joaninha, voa voa... vem até mim e traz notícia boa!!!

(imagem in http://www.jardimdasideias.com.br/314-a_joaninha)






segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sono... muito sono


Tenho muito sono. Mal me aguento em pé. Dormi toda a noite mas não foi suficiente. Preciso de dormir mais. Fechei os olhos, por breves instantes. Penso que adormeci… e sonhei logo. Que sonho estranho: sonhei com mel e alecrim… que maravilha de odores. Tão doces e campestres.
Agora, que acordei, para além de sono tenho fome… fome por mel!
A caminho da cozinha, alguém me seguiu e ao ver- me pegar no frasco de mel disse:
-“Gulosa”.
- Respondi simplesmente: “gulosa não, sonolenta. Sonhei com mel e alecrim…”.
- “Se não és gulosa porque não foste à procura de alecrim? Gulosa”
- “No meio da cidade onde encontro alecrim? Tenho que recorrer ao que há…”

Há pouco, os meus colegas deram -me um presente: um vaso de alecrim. Respondi-lhes
- “Que maravilha. Alecrim. Vou buscar o frasco de mel e comer com o cheirinho de alecrim”.
- Responderam em uníssono: “Gulosa”

Ri tanto que me ia engasgando com o mel. Ai, sim, sou gulosa! Que bom que é mel e alecrim.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Chorar de alegria


Ontem chorei de alegria. Todo o meu corpo tremia. Tanta ansiedade que se transformou em alegria pura. Vivi o princípio do  sonho… do meu sonho… ai, como é bom sonhar.
Tanta luta… tantas batalhas perdidas… tantas decepções… um grande desgosto…. E pela primeira vez surge uma luz de esperança.
É apenas o início de uma longa caminhada. Mas foi tão difícil encontrar o caminho!
Só espero que não surjam obstáculos intransponíveis.
Só espero chegar ao fim da viagem.. com tudo bem…
Meu sonho azul…


Meu amor: obrigada!


terça-feira, 22 de abril de 2014

A não cabra


A cabra de tom oxigenado dá coice. Vive no vale, mas com atitude de cabra de montanha. É fria, calculista, mal dizente e muito má. Uma cabra a sério. A cabra mói e remói e arma-se em parva. Ninguém a suporta. E quanto mais cabra é, mais só fica. E quanto mais isolada mais cabra se revela.
Fui falar com ela. Fui tentar fazê-la descer à terra e perceber que em vez de cabra é melhor ser girafa, zebra ou elefante. São mais calmos e também mais admirados… Mais vale que falem de nós por gosto do que por desgosto.  Em vez de coices ofereça-se sorrisos e vai-se ver quanto a vão bem-querer.
Falei… falei… falei… tentei sintetizar tudo de forma breve e ligeira. Senti-me parva ao início. No entanto, talvez por vergonha acalmou-se e começou a ouvir. Pedi-lhe que ouvisse o meu ponto de vista que depois ouviria o dela. Não ataquei, não critiquei, nem censurei. Nunca falei dela, falei de mim – do que fiz e do que senti. Expliquei todo o processo de olhos nos olhos, mas com um sorriso nos lábios. Mostrei-lhe tudo o que me envolvia. E pedi-lhe que me falasse tudo o que quisesse, que a ouviria. E assim foi. Percebeu que não a queria atacar. Acabou por se descontrair. Esclareceu-se tudo o que havia para esclarecer. Pela primeira vez sorriu (e até me pareceu mais bonita). No fim fiquei satisfeita. Conseguimos conversar de ser humano para ser humano. Quando se foi embora levava um brilhozinho nos olhos, virou-se para mim e disse: “obrigada por me dar uma oportunidade de esclarecer um mal-entendido”. Sorri-lhe e disse “conte sempre com isso”.  Não sou parva, sei que não seremos as melhores amigas, mas pelo menos teremos respeito mutuo. Em vez de fechar uma porta, abri uma janela!

Nem sempre se consegue isto. Já tive muitas situações de insucesso. Situações que até pioraram com a conversa (que acabou com a outra pessoa aos berros e eu de boca aberta, feita tolinha). Mas hoje fiquei mesmo satisfeita. Consegui falar de forma pacificadora e com assertividade. Resultou para ambas as partes, sem vencidos nem vencedores. Fiquei feliz por mim e por ela.


Tenho pena que a vida em sociedade seja tão difícil. Tenho pena que as pessoas que se fecham em arame farpado não consigam ver o novelo em que se meteram. Tenho pena que não sejamos capazes de conversar calmamente e esclarecer os mal-entendidos. Tenho pena de não se minimizar. Para quê complicar o que pode ser simples… se é na simplicidade da vida que encontramos as coisas mais belas…

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Sonho de primavera


Hoje sonhei que era um belo dia de primavera… mas quando acordei estava escuro e a chover… Adoro passear pelos campos floridos… com um pouco de sol. Mesmo que chova, não faz mal. Mas que haja um pouco de sol. Tudo fica mais belo.
Sonhei que estava num imenso prado, cheio de papoilas vermelhas e margaridas brancas. Ao longe um rebanho de ovelhas pastava livremente. Ouvia-se o chilrear dos passarinhos. Cheirava a verde…e sentia o calor do sol no meu rosto. Caminhava sem destino. Lembro-me que falava com alguém quando me sentei no meio das flores. Lembro-me de dizer: “que bom… é primavera… as papoilas estão tão belas, não achas?”. Depois acordei, extremamente confusa – não sabia onde estava… quando me apercebi que era apenas um sonho quis voltar a adormecer, mas já não consegui… que pena, estava tão bem naquele sonho colorido.


A meio do caminho para o trabalho uns raios de sol romperam a espessa nuvem e brindaram-me pela janela do autocarro. Sorri. Que bem que me senti. Uma senhora observava-me e sem se conter disse-me: “que bom, o sol voltou”.  

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Olha o passarão…


Hoje vim de boleia com um amigo. Estava stressado por causa do chefe:

«Há gente que me tira do sério. Há gente que só veio ao mundo para tornar a vida do próximo mais difícil. O pior é quando estão em posições de poder. E é o caso do merdasman: subiu na horizontal, não tem currículo académico, não tem experiência profissional. No entanto, o currículo é gigante em chefias. Saltita de poso em poso, mas sempre a subir. Não fica muito tempo em cada lugar, mas o lastro que deixa… Com tanta gente boa e competente como é que só se recompensam os merdasmen?  
E que fazemos nós para mudar isto? Bem, eu nada. Ao longo da vida aprendi que lutar contra a maré deixa-nos molhados. Por isso vou refilando e espero que mudem as moscas.
E como se deve lidar com os merdamen? Aprendi com um psicólogo meu amigo: nunca se diz que sim nem que não, para não nos comprometermos com os seus jogos. Diz-se “estou a compreender o seu ponto vista”, e repete-se sempre que for necessário. Tudo deve ser tratado por escrito. E sempre que se cumpre uma ordem, deve-se indicar que se está a cumprir o estipulado pelo chefe. A responsabilidade a quem de direito… E isto resulta? Pelo menos alivia-nos e permite-nos sobreviver.»

Ouvi-o e tentei acalmá-lo. Sei que tem razão. Aconselhei-o a pensar nas pessoas com valor, quer a nível de conhecimentos quer a nível de trabalho. E felizmente não são poucos. Neste país podemos orgulharmo-nos de ter muita gente que serve de exemplo pela positiva. Podem não ser recompensados mas são uma grande recompensa para quem tem o prazer de trabalhar com eles. Fico feliz sempre que encontro pessoas que me tornam mais rica mentalmente, quer pelo estimulo quer pela aprendizagem. E é assim que se esquecem os merdamen… só prestando atenção a quem a merece.  

Quando chegámos a Lisboa convidei-o para beber um café. Sentámos-nos. Para finalizar a conversa perguntei-lhe “como se chama o tal chefe?” ao que me respondeu “sei lá todos lhe chamam o merdasman”. O que nos rimos. "O merdasman não tem nome"… acho que a partir de hoje o meu amigo se vai descontrair sempre que tiver de lidar com o seu chefe… o tal que não tem nome…

terça-feira, 15 de abril de 2014

A Páscoa

A Páscoa, para os antigos nórdicos era a passagem do Inverno à Primavera, e os camponeses ofereciam ovos uns aos outros porque o ovo é símbolo de vida, símbolo de fertilidade. 
Para os judeus é a celebração da liberdade (fuga dos hebreus da escravidão do Egipto).  Para os cristãos é época de ressurreição, de renascimento. Todos mantiveram a oferta de ovos. Todos oferecem esperança, todos oferecem uma vida nova.
Mas nesta Páscoa o ovo, é para mim, símbolo de boa vontade, de altruísmo e de amor ao próximo. Este ano aprendi que o altruísmo existe. Após muitas decepções, recuperei a fé na humanidade. E de forma tão natural, tão bela e pura. Este ano aprendi a ser melhor pessoa. Obrigada!Votos de uma Páscoa feliz, com muitos ovinhos...

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A fotografia


Aquela fotografia tão bela e delicada. Cada contorno tão singular, tão lindo, tão divinal. Ao observa-la, os meus olhos encheram-se  de lágrimas, de tão maravilhosos pormenores . Momento único na vida imortalizado para sempre.
Quanto amor despertou em mim tão precária existência. Fragilidade celestial.
E o único pensamento que se afigura na minha alma, é o desejo que a imagem se torne realidade.

Por favor, Realiza o meu desejo… imploro…

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Segunda Infância

Autocarro, Lisboa, 7:45h
- Idosa: Olha, lá vão eles a dar jornais. Pra quê a asa nas costas? Parecem tolos.
- motorista: São os rapazes do Destak, e a “asa” é para os condutores os verem.
- idosa: Em vez de porem estes malandros a trabalhar andam a dar jornais…
- motorista: mas eles estão a trabalhar, minha Sra.!
- idosa: Não. A mim não me enganam com essa conversa. Andam por aí espalhados a verem o que as pessoas fazem… a hora a que entram e saem… para depois roubarem. Malandragem de asa no ar…

Gargalhada geral. Nunca tinha presenciado uma teoria de conspiração destas. O certo é que a partir de agora sempre que vir um distribuidor do Destak vou ter que controlar o riso…


O Inverno da vida pode ser muito confuso… muito triste… e amargo. Poucos idosos conseguem manter um sorriso, construir um pensamento positivo, ou olhar de frente. E o mais triste é que nem sempre está relacionado com as dificuldades que passaram ou com os desgostos que tiveram. A perda das capacidades físicas e mentais é inevitável. Espero que quando chegar à segunda infância ter conseguido conservar o mel da vida, em vez de mergulhar no fel da existência. É um medo que tenho, o de perder o raciocínio crítico. A degeneração celular ainda não pode ser travada nem invertida, mas que ao menos que seja muito lenta… Desejo apenas que quando a velhice chegar, que a minha alma não me abandone. Mas e saber como se faz… Alimentação? Exercício mental? Actividade física? Qual é o truque? Ou é apenas uma questão de sorte?

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Amor incondicional

“Os pais podem não gostar dos filhos, mas vão sempre amá-los.” Aprendi isto há pouco tempo. Ouvi numa conversa alheia à minha pessoa. Primeiro não gostei da frase, mas depois compreendi e aceitei. Sim, apesar da educação ser da responsabilidade dos pais, por vezes o ser humano segue caminhos que não se coadunam com o exemplo familiar. Por vezes os filhos tomam decisões que magoam os pais, como era o caso da conversa que ouvi: uma filha que seguiu o trilho do crime. Mas continua a ser A filha, e continua a ser amada por seus pais.
O amor dos pais, quando existe (porque nem todos os pais são pais…) é incondicional. Haja o que houver, vão amar aqueles que educaram, que criaram, e que foram o objectivo principal das suas vidas.

Não há relações perfeitas. Não há famílias perfeitas. Não há pais e filhos perfeitos. Não há amor perfeito.

Mas há amor? Então tudo está perfeito.

domingo, 6 de abril de 2014

No País de Abris


Abril, mês de um dia para os mais velhos. Recordam e festejam o 25º dia. Cravos e mais cravos na lapela. Falam de tanques. Canonizam os exilados e presos políticos. Todos sabem o que fizeram nesse dia: saíram à rua! Mas poucos fizeram esse dia. E até desses, alguns já apareceram a confessar arrependimento por mudarem o rumo da história, entregando o País de Abril aos que agora o conduziram à falência.
Mas, e o que pensam os mais novos? Aqueles que nasceram vinte e trinta anos depois, gostam do feriado mas não "curtem" a conversa de "nurd" do avô... "cravos e tanques, o velho não fala de outra coisa"...
Mas estão assim tão errados por este dia nada lhes dizer? Vejamos, quantos Portugueses sabem porque se celebra o dia 1 de Dezembro? Dia da Restauração! E restauração do quê?  Da restauração da nossa soberania! Da Independência dos Filipes em 1640! Dia da liberdade! Desde 1910 que era Feriado Nacional. Era o feriado civil mais antigo... Mas já não é porque para os que nasceram após 1640, num país livre, já não faz sentido falar de tal. Não viveram, não sentiram...
Este é um país de muitos Abris... até ao dia em que ninguém tenha vivido o tal Abril da liberdade... até dar jeito a um governo qualquer dizer que se poupa dinheiro se não o festejarmos.
Que pena não sabermos transmitir tão grandiosos valores aos mais novos. Que pena ser conversa de nurd!