segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Compota de pimento vermelho

Tudo começou com um desejo de originalidade. Procura desesperada de uma receita para animar as almas que chegaram na tarde de domingo.
Resolvi experimentar a compota de pimento vermelho, que encontrei aqui

Servi pão alentejano, queijo atabafado e compota. A acompanhar limonada.

Uma delícia. Um mote.
O estimulo gustativo conduziu-nos aos caminhos do passado.
O toque picante electrizou as memórias esquecidas, libertando o espírito de inibições:
- Lembras-te quando fui perseguido por um boi na quinta dos meus avós?
- Caíste e partiste um dente…
- Foi mentira… estava enrolado com a filha do vizinho… ouvimos o boi e assustámos-nos… desatámos a correr, tropecei e cai em cima dela…

Toda a tarde rimos. Toda a tarde trocámos instantes do passado. 
Que bom que é ter amigos. Que bom que é ter estes amigos...

Que delícia de compota. Que delícia de vida.

sábado, 28 de setembro de 2013

Chuva

Adormeci ao som da chuva. Tão bom.
Que saudades… adoro o tempo frio.
Domingo passado ocorreu o equinócio de Outono. E a chuva chegou. Ritmo natural tão certeiro.
Tic-Tac,
Tic-Tac,
Chuva e trovoada.
E eis que surge a beleza dos tons quentes. Árvores castanho alaranjadas. Ruas encantadas.
Que felicidade tamanha se desperta em mim.

No entanto, ouvem-se os lamurios das gentes que não apreciam este tempo. Porque ficam molhados. Porque têm frio. Porque faz vento. Que aborrecimento, que aborrecimento.
No Verão, com o calor, queixam-se.
No Inverno, com o frio, queixam-se.
Por vezes penso que gostam de se queixar. Chamar a atenção dos que os rodeiam…

No Verão, com o calor, queixo-me. Porque por muita roupa que tire nunca deixo de ter calor.

No Inverno, com o frio, alegro-me. Posso colocar roupa até me sentir confortável. Posso passear por todo o lado que não encontro ninguém. Adoro ir para o litoral, estacionar o carro perto de uma praia, para ver chover no mar – e como é bom namorar (nem há mirones…).

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O cuco

O cuco é uma ave muito interessante. A fêmea quando se encontra na postura larga o ovo no primeiro ninho que encontra.
Será má mãe? Não. Ela conhece-se. Sabe quais são as suas limitações. E por instinto procura quem possa dar ao seu filhote o que ela não consegue.
E o filhote cuco fica prejudicado? Não. Ele será maior que os restantes e pela força vencê-los-á.  Um a um serão atirados do ninho.
Para nós humanos parece-nos estranho. Não sei porquê!
Na nossa espécie também se abandona, bem de modo diferente… num caixote do lixo… na sanita… num rio…
Na nossa espécie também se matam irmãos, bem de modo diferente… por heranças…  por ciúme…
A nossa moral de frases feitas leva-nos a julgar o que a natureza desenvolveu e aperfeiçoou em milénios.  E a natureza é que sabe!
E a luta pela sobrevivência? É só próprio das outras espécies? Não.
Na nossa espécie também se eliminam os que não são nossos. E o que nos acontece? Aparentemente nada a curto termo. Mas a longo termo, acontecerá o mesmo que na natureza… por exemplo, se as raposas consumirem muitos coelhos vão se reproduzir em grande escala até que a população de coelhos já não seja suficiente para as alimentar. Nesse dia as raposas começam a diminuir. Morrem. E nós? Bem, nós vamos consumindo os recursos do planeta até ao dia em que o planeta já não consiga suportar mais…  nesse dia acabamos. Mas o mundo não acabará. A natureza continuará a atingir novos equilíbrios… com novas espécies.  Com novas maravilhas.

O cuco é, realmente, uma ave muito interessante, mas só o é porque a natureza assim o desenvolveu. 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Um início…

Hoje apeteceu-me iniciar um blogue!
Com tanta coisa gira para fazer… mas deu-me para isto…
Quero apenas escrever o que me vier à cabeça numa espécie de diário virtual - desabafos dirigidos a um buraco negro.

A quem me estiver a ler, agradeço a paciência…