Adoro sândalo e jasmim. São os meus ésteres favoritos.
Fragrâncias doces e campestres. Associo-os a requinte natural. Para mim são
perfumes. E uso-os desse modo.
Ontem fui a casa de um casal muito meu amigo. E serviram-me uma tisana
de jasmim. De início não me apercebi que o belo cheiro a jasmim que senti ao
entrar na casa deles era para ser bebido. Pensei ser um qualquer difusor de
perfume ambiente. Mas quando me colocaram o chá na chávena fiquei horrorizada.
Eu a beber o meu perfume? Tentei. Beberiquei. Corei. Franzi as ventas e comecei com
vontade de vomitar. Ficaram surpresos com a minha reacção: “mas estás sempre a
dizer que adoras jasmim…” – “sim, adoro. Mas em perfume. Desculpem, não consigo
beber”. Os meus amigos já estão
habituados às minhas esquisitices, alergias e fobias… sou sempre eu a dar
barraca nos restaurantes com a lista de alimentos que não posso ou não consigo
comer. Acabei por beber chá verde. E soube-me mesmo bem. Mas adorei o perfume
de jasmim que se sentia no ar.
Quando nos despedimos, disse-lhes: “também adoro sândalo,
mas por favor nunca mo sirvam assado com carne ou peixe, tá?”. Gargalhada
geral.
Ontem descobri que há coisas maravilhosas para o nariz que
não me servem para a boca. Que pena. Adoro jasmim.
Hoje, ao preparar-me para sair de casa descobri uma partidinha - um pacote de chá de jasmim na mala com um recadinho: "chá de jasmim para te lembrares de nós". Como é bom começar o dia assim. Sai de casa a rir. Feliz com a minha patetice. Obrigada, meus queridos. Nunca me esquecerei de vocês. E vou guardar este pacote de jasmim na minha arca de memórias. Jasmins da minha vida!
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